Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Teresópolis exige do Executivo melhores condições de tratamento aos pacientes de hemodiálise | |
Reunião com o Secretário de Saúde nesta terça-feira, dia 19/08 |
Reunião com o Secretário de Saúde nesta terça-feira, dia 19/08 |
Reunião na Câmara Municipal de Teresópolis na segunda-feira, dia 18/08 |
Reunião na Câmara Municipal de Teresópolis na segunda-feira, dia 18/08 |
Familiares e pacientes relatam
dificuldades em reunião na Casa Legislativa
A Comissão de Saúde da Câmara
Municipal de Teresópolis realizou uma reunião, no dia 18.08, com pacientes de hemodiálise
e entidades envolvidas na causa por melhores condições de tratamento. Os vereadores Dr. Antônio Francisco (presidente da Comissão), DaPonte
(Relator), Dedê da Barra (Membro) e os vereadores Maurício Lopes, presidente da
Câmara, e o vereador Serginho Pimentel (2º Secretário) escutaram as principais
reivindicações para tentar agilizar e humanizar o tratamento de quem depende da
hemodiálise, que está sendo feito no Município de Itaboraí. O vereador Cláudio
Mello foi representado pelo assessor Júlio César Rocha.
O evento reuniu familiares e
pacientes da Hemodiálise, o subsecretário de Saúde Hamilton Alexander Galdino,
o presidente do Conselho Municipal de Saúde de Teresópolis (CMST), Valdir
Paulino, o presidente da Associação dos Diabéticos Jarbas da Silveira, o
presidente da Associação de Moradores e Amigos de São Pedro (Amaspedro) Sérgio
Ponciano, e Antônio Henrique Rosa da Associação Brasileira de Enfermagem.
Os interessados em melhorar
urgentemente o atendimento aos pacientes de insuficiência renal crônica ou
aguda questionaram por qual motivo o Hospital São José não realiza o socorro
aos pacientes do SUS. Segundo o presidente do Conselho Municipal de Saúde,
Valdir Paulino, há documentos comprovando que o HSJ está no Plano Operativo
Anual da Prefeitura (POA) para atender pacientes do SUS, mas Paulino e os demais
representantes dos pacientes afirmaram que o contrato não está sendo cumprido. ”O
HSJ está atendendo somente pacientes de planos de saúde“, afirmou Jarbas Jr,
cuja esposa faz o tratamento.
A espera da construção do Centro de
Hemodiálise em Teresópolis agrava ainda mais o sofrimento de quem não pode
demorar tanto em ser socorrido. Há quase um ano o Centro está em obras, no
bairro da Tijuca, mas todos relataram a paralisação parcial e, em alguns
momentos, total do trabalho por falta de pagamento à empresa responsável pela
obra.
Enquanto a realidade do Centro não
se concretiza, a ida ao Município de Itaboraí para realizar a hemodiálise
transforma-se numa verdadeira luta pela vida. Pacientes relataram a inadequação
do lanche oferecido para a viagem composta de suco, biscoito e barra de cereal.
“São 12h fora de casa. A gente levanta de madrugada e fica sem almoço, sem nada”,
relatou o paciente Oziel da Silva. Não há ambulância UTI nem profissionais
capacitados acompanhando o ônibus utilizado. “Já tive dois amigos que morreram
nos meus braços por falta de socorro. E eu estou fazendo o mesmo tratamento. Estão
lidando com seres humanos”, disse Oziel num apelo emocionando a todos. Em um
ano, já faleceram 21 pacientes.
O subsecretário de Saúde Hamilton
Galdino garantiu a continuação da obra do Centro de Hemodiálise, onde há 15
profissionais trabalhando, e cuja conclusão está prevista para meados de
outubro. “O processo mais demorado (após
o término da obra) é o credenciamento do Município (no Ministério da Saúde)”, disse Galdino.
A
Comissão de Saúde decidiu enviar um Ofício ao Executivo, junto com a Mesa
Diretora, para soluções urgentes. O documento aponta “a omissão específica do
Município de Teresópolis, o que, além de menosprezar a dignidade das pessoas
que necessitam de tratamento médico, podem gerar a responsabilidade civil da
Administração Pública e a responsabilidade penal dos gestores públicos.”
O
documento solicita a designação de um hospital de referência para atender as
intercorrências sofridas por estes pacientes, a disponibilização de uma
ambulância (UTI) móvel para acompanhar os pacientes no trajeto para a Clínica
de Hemodiálise em Itaboraí, com o fornecimento da alimentação que atenda às
necessidades básicas dos pacientes.
A
Comissão de Saúde e a Mesa Diretora da Câmara Municipal dizem, no documento,
que vão adotar as medidas administrativas, judiciais e políticas cabíveis para
garantir a boa prestação dos serviços de hemodiálise.
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